segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Análise da Teologia da Prosperidade...





Teologia da Prosperidade

Tratar destes assuntos que estão no centro da Igreja não é fácil e nem agrada a todos. Existe uma vontade coletiva de ignorar o problema. É comum ouvir-se dizer que se o movimento não for de Deus, desaparecerá. Mas esta afirmação não é verdadeira, visto que há seitas e heresias que perduram há séculos.

Há até pelo menos duas décadas, a pregação evangélica enfatizava que os cristãos não deveriam se apegar às riquezas materiais, aos interesses terrenos e que os problemas da vida como enfermidades, perseguições, falta de dinheiro, eram também provações divinas.

Hoje isto mudou. Idéias e valores seculares, travestidos de doutrinas aparentemente bíblicas, têm invadido com extraordinário sucesso muitas igrejas evangélicas. Agora, ter um encontro com Cristo constitui quase o mesmo que ganhar na loteria. O que importa é ficar "de bem com a vida".

A Teologia da Prosperidade propaga que o plano de Deus para o homem é fazê-lo feliz, abençoado, saudável e principalmente próspero. Ao crente que não partilha dessas bênçãos, atribui-se o estigma de incrédulo ou pecador. O que resulta na concepção de que crente fiel é crente próspero; essas bênçãos materiais passam a ser indicadores de espiritualidade.
 
Essa nova interpretação dos textos bíblicos rompe de vez com o ascetismo expresso na frase dita de Jesus - ?no mundo tereis aflições?. Essa Teologia inverte os valores até então vigentes no protestantismo em geral, dado o fato de que qualquer sofrimento, antes visto como vontade de Deus, se configura como indicativo de pecado e falta de fé. Aqui cabe uma ressalva: a mesma Bíblia que antes justificava a pobreza, é usada agora para falar de abundância de vida, de saúde plena e prosperidade.

Para substituir o ?no mundo tereis aflições? vem o versículo ?somos mais que vencedores?, algo que legitima a vitória do cristão e seu bem-estar em todas as esferas de sua vida, adquiridos a partir da posse das promessas de Deus. Como bem observou o pastor presbiteriano Jorge Noda, em sua análise sobre a Teologia da Prosperidade:
?Segundo o movimento da fé, a única barreira entre nós e as riquezas é a incredulidade. Temos todo o direito de exigir que Satanás solte aquilo que é propriedade nossa por direito de redenção?.

Kenneth Hagin, um dos principais divulgadores da Teologia da Prosperidade, citando Jesus, declarou no livro New thresholds of faith:
Deus quer que seus filhos usem a melhor roupa. Ele quer que eles dirijam os melhores carros e quer que eles tenham o melhor de tudo... simplesmente exija o que você precisa?. (1985: 55, apud Romeiro, 1993).

Ainda em outro livro A Autoridade do Crente (s.d.: 48, apud Romeiro, 1993) Hagin acrescenta:
?Muitos crentes confundem humildade com pobreza. Um pregador certa vez me disse que fulano possuía humildade, porque andava num carro muito velho. Repliquei: ?Isso não é ser humilde - isto é ser ignorante?. A idéia que o pregador tinha de humilde era a de dirigir um carro velho. Um outro observou ?Sabe, Jesus e seus [fim da página 202] discípulos nunca andaram num Cadillac?. Não havia Cadillac naquela época. Mas Jesus andou num jumento. Era o ?Cadillac? da época - o melhor meio de transporte existente?.

Esta mensagem parece ser a grande responsável pelo crescimento das Igrejas neopentecostais; são elas que tornam esse evangelho bastante atraente.

Entretanto, para obter as bênçãos já colocadas à disposição do cristão por Deus, é necessário o exercício da confissão positiva (tema a ser tratado posteriormente). O fiel deve reconhecer seus direitos, pois a ignorância desses direitos é a responsável pelo sofrimento de alguns fiéis. Para ser vencedor nesse mundo não basta ser crente batizado e orar, é preciso tomar conhecimento dos direitos, acreditar neles e acima de tudo confessá-los.

Segundo os pregadores da Teologia da Prosperidade, Jesus veio ao mundo pregar o Evangelho aos pobres justamente para que eles deixassem de ser pobres. Os pregadores da prosperidade estão na crista da onda. Com suas "correntes da prosperidade", seus templos têm permanecido constantemente lotados. Seus fiéis, majoritariamente pobres e de pouca escolaridade, querem enriquecer, prosperar. Nos últimos anos, as livrarias evangélicas foram invadidas por uma enxurrada de livros da Confissão Positiva e da Teologia da Prosperidade, a maioria escrita ou influenciada por autores como, Kenneth Hagin, Benny Hinn, Marilyn Hickley, T.L. Osborn, etc.

As igrejas difusoras da Teologia da Prosperidade, via de regra, não ensinam que o sofrimento faz parte da vida do Cristão. Lembremo-nos da mulher de Jó: (Jó 2: 9,10) ?Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios?.

Pelo contrário, para os pregadores da prosperidade, o sofrimento, além de aparecer como algo que não faz parte da própria condição humana, é sempre causado pelo diabo, incredulidade, pecado ou pelos demônios hereditários, territoriais etc.

O que esses pregadores estão ensinando?

Estão ensinando que todos os cristãos devem ser prósperos financeiramente, ter o melhor salário, a melhor casa, o melhor carro, uma saúde de ferro, e afirmando que toda enfermidade vem do diabo. E que se o cristão não vive essa vida pregada por eles, é falta de fé ou que há pecado em sua vida.

Em Provisões e Riquezas, um autor declara: "Nas conferências que faço, ministro aos filhos de Deus ?sete anos de prosperidade"..." (pag. 30). Ele também ministra o dom de adquirir riquezas, relacionando-o aos dons naturais e espirituais. Cumpre frisar que o dom de adquirir riquezas, difundido por este pregador, simplesmente não consta na Bíblia, regra de fé para os verdadeiros cristãos.

Ele também declara que "Esta é outra ministração que buscamos nas cruzadas com grande intensidade, ou seja, o dom de adquirir riquezas. Este dom deve ser buscado pelo corpo de Cristo como qualquer outro dom..." (pág. 30).

A Bíblia não nos ensina a barganhar com Deus. A Bíblia não apregoa que devemos dar tanto para a obra para recebermos em dobro, em abundância, como têm pregado a Teologia da Prosperidade. Deus não se condiciona aos nossos caprichos e quando nos abençoa é pela sua misericórdia, pois tudo que recebemos é por sua infinita graça.

Segundo Kenneth Hagin, Deus tem de realizar todos os pedidos dos pregadores da Fé. Em Como Ser Dirigido Pelo Espírito Santo (pag. 73, 74), ele ensina que em 45 anos de ministério, Deus nunca lhe disse não. Hagin se esquecia que este mesmo Deus, como observamos na Sagrada Escritura, disse não a Paulo, Daniel, Davi e a tantos outros.

Riquezas Materiais

Dizem que Jesus era rico, que a túnica de Jesus não tinha costura e então era uma roupa de rico, então ele era rico. Jesus tinha até tesoureiro (Judas Iscariotes). Então, todos os filhos de Deus podem exigir riquezas. Deus quer que seus filhos tenham as melhores roupas, carros e casas. Kenneth Haigan diz "não ore mais por dinheiro, exija tudo o que você precisar".

Havia um irmão que estava dando um testemunho de Jesus no trânsito, e os irmãos tiveram que repreendê-lo. Pois ele sendo filho de Deus, estava andando com um fusquinha na cidade usando um plástico que tinha o nome de Jesus e ele tinha que tirar o plástico do carro. Jesus não podia andar naquele carro.

Enquanto a Igreja primitiva via os pobres com muito carinho, hoje quem é pobre deve estar em pecado ou não tem fé, é isso o que se diz hoje em muitos lugares.

As bênçãos do novo testamento são infinitamente superiores às do Antigo, temos a vida de Cristo Jesus, contudo, não há promessas de riquezas materiais nesta nova aliança; e o menor no Reino dos céus é maior do que João Batista, o qual foi o maior profeta entre os nascidos de mulher (Lc 7:28).

Jesus viveu sem riquezas. Em Mt 8:20 Ele mesmo disse "o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça". Em Tg 2:5 está escrito que "não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam".

Paulo também viveu sem riquezas, ele diz em Fp 4:11-12 "... aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas tenho experiência, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade".

Paulo disse que aprendeu a estar contente com o que tinha. Sabia ter abundância e sabia também padecer necessidade. Por isso ele disse: "tudo posso naquele que me fortalece?.(Filipenses 3.12-13).

Em I Co 4:11-14, o mesmo Paulo diz: "até a presente hora sofremos forme, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa. E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos ... mas admoesto-vos como filhos amados". Paulo era um homem sem fé? Fraco? Débil?

O texto de I Tm 6:3-11 é claro quanto à busca insaciável por riquezas, "se alguém ensina alguma outra doutrina, e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo... é soberbo e nada sabe... supondo que a piedade seja causa de lucro. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para este mundo, e nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos, caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências loucas e que causam dano as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se atormentaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, homem de Deus foge destas coisas...?.

Hb 13:5 "sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes. Nunca te deixarei, nem jamais te desampararei".

No novo testamento, nem a pobreza nem a riqueza são virtudes. Na igreja não só pode ter irmãos ricos ou só ter pobres. Mas ser pobre ou rico não é a questão do novo testamento.

Deus não tem nada contra a prosperarmos, devemos orar para que o Senhor nos acrescente, mas daí para dizer que temos que ser ricos estaríamos fugindo da palavra e conselho de Deus em Mt 6:33 ?buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas?.

Na Igreja primitiva, relatada em Atos dos apóstolos, os irmãos que tinham posses não estavam orando para ter mais, mas estavam vendendo suas propriedades e bens para repartir com os que não tinham, e assim, ninguém passava necessidades.

Sobre Saúde e Cura das Enfermidades

É dito que toda a enfermidade procede do diabo, afinal Deus é bom e não pode querer nada ruim para você; e se alguém está enfermo é porque está em pecado. Afirmam que não podemos aceitar doença nenhuma, deve-se rejeitar a doença e reivindicar a cura. Ensinam que, como somos filhos de Deus, devemos exigir (determinar) a cura e confessar e seguir confessando que estamos curados. Estes ensinos fazem pouco da soberania de Deus.

O diabo está envolvido em enfermidades, isso é verdade. Mas o diabo não é uma força maior contra Deus, ele não faz nada sem a permissão de Deus. Deus controla todas as coisas e controla o diabo. Mesmo o diabo estando por trás das enfermidades, a mão de Deus está à cima de tudo, inclusive das enfermidades.

Em Nm 12:10 Deus colocou uma lepra em Miriã; Em Ex 4:11 está escrito que Deus fez o surdo, o mudo e o cego: ?Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR??.

Em II Rs 15:5, o Senhor feriu ao Rei Azarias com lepra; Em II Cr 26:19-20 o Senhor feriu ao rei Uzias com lepra. Deus faz o que quer. Cura e traz enfermidade, e não têm que dar explicação a ninguém, e continua sendo bom e justo. Os seus planos e propósitos estão acima do entendimento e do querer humanos.

O profeta Eliseu morreu enfermo, II Rs 13:14, mas em vitória e cheio de fé. Em II Rs 13: 20,21 - lançaram um homem morto na sepultura de Eliseu, e ainda quando o morto tocou os ossos de Eliseu, este ressuscitou. Mesmo o próprio Eliseu tendo morrido por uma enfermidade seus ossos ainda curavam.

Paulo não exortou Timóteo a abandonar algum pecado ou disse que ele estava tendo pouca fé ou que era para não aceitar e determinar, etc., mas apenas recomendou-o a tomar um pouco de vinho pelas suas constantes enfermidades. Em I Tm 5:23 Paulo disse a Timóteo ?Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades?.

Em II Tm 4:20, Paulo deixou um discípulo doente em Mileto. Porque ele não curou Trófimo? Em nenhum lugar da Bíblia se diz que Deus curaria todos os enfermos. Em Gl 4:13-14 o próprio Paulo escreve de si mesmo: ?E vós sabeis que vos preguei o Evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus?. Paulo estava enfermo, talvez nem enxergasse completamente.

A graça do Senhor com a cura é maravilhosa. Mas a graça do Senhor sem a cura também é maravilhosa.

Então, por que existe sofrimento no mundo? Romanos 1,2,3 fala sobre o pecado que entrou no mundo e trouxe grande sofrimento.

Por que o justo sofre? Jó: rico, abastado e saudável e temente a Deus, ele era justo, e quem dava tal testemunho era o próprio Deus. Satanás pediu permissão para tocar na vida de Jó e Deus permitiu que Satanás tocasse em tudo o que Jó tinha, menos nele. Assim fez Satanás e em poucos instantes, tudo o que Jó tinha foi perdido, inclusive seus filhos. Entretanto, Jó falou a Deus (Jó 1: 20,21), "... nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá... bendito seja o nome do Senhor". Satanás continua, Deus permite, mas põe limites descritos em Jó 2:4-6 e Jó 2:10. "Recebemos o bem de Deus, não receberíamos porventura o mal?" É o questionamento de Jó à sua esposa e é o mesmo que nós fazemos aos pregadores da prosperidade.

Os amigos de Jó vieram a ele e puseram a questionar que o estado em que Jó se encontrava era pelo fato de não ser justo, ou como se diz hoje em dia: estar em pecado, ignorância ou não ter fé. Deus se irou contra os amigos de Jó por causa da postura deles: (Jó 42:7-9) ?Tendo o SENHOR falado estas palavras a Jó, o SENHOR disse também a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós. O meu servo Jó orará por vós; porque dele aceitarei a intercessão, para que eu não vos trate segundo a vossa loucura; porque vós não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o SENHOR lhes ordenara; e o SENHOR aceitou a oração de Jó?.

No final do livro, Jó sendo um simples mortal exigia de Deus uma explicação clara e completa do porquê de seus sofrimentos e perdas em Jó 38, 39 e 40; Deus não deu nenhuma explicação ao pequeno e mortal Jó, mas mostrou a ele Sua grandeza e soberania.

O QUE FAZER DIANTE DAS ENFERMIDADES?

Não podemos ser acomodados, devemos orar, clamar, buscar, insistir, etc. Contudo, não devemos exigir, reivindicar, questionar a Deus. Deus faz com a nossa vida o que Ele quiser, Ele manda, Ele é soberano. Rm 9:20,21; 11:33-36.

Deus é o Senhor mesmo nas nossas aflições! Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o SEU propósito. O Evangelho da prosperidade não traz consolo, mas frustração e culpa pela incredulidade.

CRENTE SOFRE?

Como cristãos que somos, essa pergunta merece uma resposta bíblica. Portanto, não adianta "romantizar" a realidade e procurar uma resposta conveniente. O crente bem fundamentado não nega a realidade, mas a interpreta dentro de uma visão bíblica e espiritual. A bíblia nunca pretendeu mascarar a dor dos seus profetas, discípulos e apóstolos. Pelo contrário, mostra esse "sofrer" mas mostra também Aquele que sempre está ao lado do que sofre.

Jesus foi muito claro a respeito do sofrimento, e disse: "No mundo tereis aflições..." (Jo 16.33). Ou seja, a existência cotidiana está indelevelmente marcada pela dor. Paulo também admite o sofrimento, sem supervalorizá-lo, ao fazer uma comparação da glória futura com as "aflições do tempo presente" (Rm 8.18).

Normalmente relacionamos sofrimento com algum tipo de "pecado oculto" ou "falta de fé". Às vezes até culpamos as pessoas de estarem vivendo uma vida de aparente derrota, dizendo-lhes que "não têm fé". Nem sempre isso é verdade. Um dos capítulos da Bíblia mais lembrado quando se fala em "fé", sem dúvida alguma é o de Hebreus 11. Ali encontramos um resumo da vida vitoriosa de muitos servos de Deus e os seus feitos: Abraão, Gideão, Moisés, Jefté...

O curioso é que nunca ouvimos alguém exaltar aqueles heróis anônimos da fé mencionados ao final do capítulo. É como se aquele tipo de "vida" que eles tiveram não fosse a verdadeira vida cristã. Preferíamos constar o nosso nome na galeria da fé por derrotar a espada, o fogo, as potestades, a ira do inimigo, mas ter "aquela" vida relatada nos versículos finais, jamais. E o que está escrito lá, que tanto tememos e até negamos?

"Outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas, e prisões, foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada, necessitados, afligidos, maltratados" (Hb 11.36-37).

O que diriam hoje sobre esses homens os que prometem prosperidade e saúde a qualquer tempo? Certamente afirmariam que quem vive assim ou está em pecado, ou há uma maldição a ser quebrada, ou não tem fé!

Damos glória a Deus porque a vida desses homens está descrita no "capítulo da fé". É impossível dizer que eles não criam no Deus Todo Poderoso. É impossível dizer que viveram assim por causa do pecado em suas vidas. É impossível dizer que eles estavam debaixo de qualquer espécie de maldição. O texto é muito claro - a fé os levou ao desprezo que o mundo lhes dedicou, às necessidades, às aflições e aos maltratos.

O apóstolo Paulo, ao receber o espinho na carne, "mensageiro de Satanás para o esbofetear", não se deixou abater por aquele mal, mas o transformou em vitória. E ele também não saiu por aí, dizendo: "Tá amarrado, não aceito, etc. etc.". Pelo contrário, ele aprendeu pelo sofrer uma lição que todos nós precisamos conhecer - "a Tua Graça, Senhor, nos basta!".

Um argumento muito comum utilizado pelos pregadores da saúde plena a todo o tempo e da prosperidade é Isaías 53.4-5: ?Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados?.

Essa palavra profética sobre o Messias é verdadeira e revelava o ministério terreno de Jesus. Quem deixa isso bem claro é Mateus, no seu Evangelho, (Mt 8:16-17), ?Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e Ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes; para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças?.

Estes sinais revelavam o Messias prometido e isso foi antecipado por Isaías, Mateus mostra, então, o cumprimento desta profecia em Cristo. Em nenhum momento se pode deduzir a partir de Isaías que o crente não deve mais ficar doente ou sofrer.

Mas é necessário frisar que cremos que Jesus cura hoje da mesma forma que no passado, no momento em que Ele quer e quando Ele quer. Deus não abriu mão da Sua soberania em favor do homem, Ele continua no controle de todas as coisas.

É necessário lembrar que a obra Redentora de Cristo, mesmo consumada, ainda não cessou, e Paulo, em 1Co 15.26 diz que "o último inimigo a ser destruído é a morte". Ainda não desfrutamos da plenitude do Reino de Deus e por isso ainda convivemos com os males deste mundo.

Este mundo em que vivemos não é um mundo perfeito, mas decaído, e todos nós sofremos as conseqüências dessa queda. Os hospitais recebem crentes acidentados, crianças, filhas de pais crentes nascem com defeitos congênitos, homens e mulheres de Deus sofrem de doenças crônicas e agudas, e podem ou não receber a cura que vem de Deus.

A morte, a dor, a injustiça, a doença, a miséria, só terminarão no Céu. Então, Deus "lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram" (Ap 21.4). Ali, junto a Deus, pais não se separarão mais de seus filhos, esposas não verão mais seus esposos partir, o corpo já não será mais corruptível, e a guerra e a fome não terão lugar.

Entendendo as Promessas de Deus Quanto às Bênçãos Materiais (Mateus 6:25-33)

Em seu poderoso sermão do monte, Cristo tratou de nossa necessidade de bênçãos materiais, dadas por Deus. Em Mateus 6, Cristo reafirmou a seus ouvintes da época, e reafirma aos Cristãos de hoje, que Deus proverá as necessidades básicas daqueles que buscam seu Reino. Assim como Ele alimenta as aves e veste as ervas, quanto mais dará ele aos seus filhos que são criados a sua própria imagem. Desde que o cristão não seja indolente, Deus proverá segundo a Sua vontade.

Há, no entanto, religiões e pregadores, hoje em dia, que levam a promessa de Deus muito além do que Ele disse. Estes grupos e homens ensinam que, por servir a Deus, podemos ganhar riqueza bem além do que é suficiente para as nossas necessidades materiais mínimas. Geralmente, estes grupos ensinam que o cristão pode também ter boa saúde e que os problemas físicos terminariam se ele servir a Deus fielmente e se contribuir generosamente para "sua causa". Ainda que estas promessas soem muito bem, Deus em nenhum lugar de sua palavra deu tais esperanças ao seu povo. Se estas doutrinas estão em conflito com as Escrituras, então por que os homens as ensinam?

Primeiro, como em todas as coisas, há alguns que ensinam estas doutrinas simplesmente para aumentarem seus próprios ganhos. Usando os desejos daqueles que querem uma vida financeiramente melhor, ou uma melhor saúde física, estes falsos mestres prometem resultados para aqueles que contribuírem "generosamente". Esse dinheiro é então usado para o ganho pessoal, em vez da obra de Deus, o pretexto para o qual foi dado. Esta prática é muito similar à dos falsos mestres, descrita na Bíblia. Note uma descrição em particular em 2 Pedro 2. Descrevendo os falsos mestres, Pedro disse:

. . . tendo olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos (vs. 14).

. . . abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (vs. 15).

. . . porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões car-nais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir daqueles que andam no erro (vs. 18).

Os falsos mestres, tanto naquele tempo como agora, freqüentemente procuram ganho financeiro ao enganar, de propósito, aqueles que sinceramente se esforçam para servir a Deus.

Segundo, há outro tipo de mestre que ensina as mesmas doutrinas, e também crê que estas doutrinas são verdadeiras e são promessas de Deus. Note a história de Simão, o Mágico, em Atos 8. Através de suas práticas, ele convenceu os homens de que ele era de Deus, e que fazia essas coisas em nome de Deus. Atos 8:9-11 diz: ?Ora, havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto; ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande Poder?. Ainda que feitas em nome de Deus, as práticas de Simão afastavam os homens de Deus.

Depois de examinar estas coisas, pode-se perguntar: "Por que Deus não prometeu bênçãos materiais aos seus fiéis seguidores?" Examinemos algumas passagens, que explicarão esta decisão. Em sua conversa com o moço rico Cristo afirmou que é difícil para um rico entrar no Reino do Céu (Mateus 19:23). Por que isto? As riquezas, muitas vezes, dão às pessoas muita confiança em suas próprias habilidades e, assim, elas esquecem que precisam de Deus. Certamente, o relato em Mateus 19 mostra este problema, claramente.

Cristo também disse, em sua parábola sobre os solos, que as riquezas podem "afogar" a palavra, até o ponto em que se deixará o Senhor para ir a procura de interesses terrenos (Mateus 13:22). Os Salmos salientam problemas semelhantes. O Salmo 52:7 fala de um homem que confia mais nas riquezas do que em Deus e o Salmo 61:10 adverte para não prendermos nossos corações em nossas riquezas. Muitos não podem controlar as tentações causadas pela riqueza e Deus não permite tentações acima do que os homens podem suportar (1 Coríntios 10:13).

O que nunca podemos deixar de lembrar é que Deus fez uma promessa maior do que qualquer coisa que podemos experimentar na terra: Deus prometeu aos seus filhos uma eternidade com Ele.

Voltando ao sermão do monte, Cristo afirmou em Mateus 5:12 que, ainda que as coisas possam não ser fáceis, na terra, o prêmio do céu compensará, de sobra, qualquer sofrimento que tenhamos aqui. Temos um lar com nosso Senhor.

Entretanto, todos querem prosperar. É natural e óbvio que desejemos o sucesso dos nossos planos. Contudo, precisamos estar conscientes de que os planos de Deus estão acima dos nossos. Os propósitos divinos serão concretizados, quer queiramos ou não. Por isso, alguns dos nossos planos ou pedidos podem não se cumprir, por serem contrários aos objetivos do Senhor. O que torna a questão ainda mais digna de ponderação é o fato de que os propósitos de Deus nem sempre são conhecidos ou, pelo menos, não são de conhecimento público.

Pode então acontecer de alguns cristãos estabelecerem alvos e viverem lutando por alcançá-los, esperando uma ajuda divina, depositando sua fé e sua esperança em algo que pode não acontecer.

Também não somos favoráveis a uma teologia da pobreza ou um voto de miséria. Prosperidade é um conceito bíblico. Porém, precisamos considerar os limites do conceito.

Se você simplesmente deseja algo correto e legítimo, então você pode orar, jejuar e trabalhar pela realização. O seu propósito pode ser bom e Deus pode abençoá-lo com o êxito. Entretanto, seu propósito pode ser mau, mesmo parecendo bom, e então Deus não permitirá que você prospere nesse empreendimento. Um filho pode pedir que pai lhe permita sair sozinho para brincar na rua. Então, suponhamos que o pai não permita. A criança pode ficar revoltada, mas o pai sabe o que é melhor e mais seguro para o filho. Da mesma forma, Deus vê o que nós não vemos. Ele vê o futuro de um negócio, de um casamento, de um emprego, de uma amizade, de uma viagem, etc. Assim, Ele impede que alguns projetos se concretizem, pois sabe que aquilo não seria benéfico. Podemos ficar então com a impressão de não termos prosperado. Contudo, a verdadeira prosperidade não consiste em conseguirmos tudo o que queremos, mas em estar onde Deus quer que estejamos, fazendo e conquistando tudo o que ele tem para nós.

Quando Ló se separou de Abraão, escolheu as campinas do Jordão. Quem assistisse aquela cena, pensaria que Ló tinha ficado com a melhor parte, a melhor terra e, portanto, seria mais próspero. Sabemos o que lhe aconteceu depois e como sua família foi destruída quando Deus fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. Abraão, porém, que foi para lugar inóspito, teve sua descendência preservada e prosperou.

A verdadeira prosperidade faz parte dos desígnios de Deus para nós. Contudo, ela não é sinônima de riqueza. Também não significa que vamos vencer sempre, ganhar sempre e conseguir tudo o que queremos com a máxima urgência. Os caminhos de Deus para nós passam por lugares perigosos e às vezes desconfortáveis, mas o seu fim é o mais próspero possível. Certamente passaremos pelo vale da sombra da morte. Andaremos por caminhos apertados e entraremos por portas estreitas, mas chegaremos a um lugar aprazível. Para alguns, esse estado de plenitude não se dará nesta vida.

Não queremos criar uma idéia de comodismo nem de conformismo. Precisamos sempre lutar para crescer. O que não podemos é ter em mente uma interpretação errada das Escrituras e do Evangelho, como se a mensagem do Senhor Jesus tivesse como objetivo o nosso enriquecimento material e a satisfação dos nossos caprichos.

O cristão não precisa ser rico. Se for, ótimo. Mas, sendo ou não, o mais importante é que, onde estiver, ele seja justo, íntegro, amável e amigo. Isso jamais pode significar o engrandecimento pessoal.

Ouras considerações...

Jesus veio como o rei pobre ? Zc. 9.9

Ele disse: "Meu reino não é deste mundo" (João 18.36). E o nosso?

A viúva pobre foi elogiada pelo Senhor pela oferta que deu, mas nem por isso ficou rica (Mc.12.44).

O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm. 14.17-18).


O Novo Testamento menciona que algumas igrejas eram pobres (II Cor. 8.2; Ap.2.9). Ninguém repreendeu aqueles irmãos dizendo que estavam em pecado, debaixo de maldição ou fora do plano de Deus. Aliás, igrejas ricas materialmente deviam ser uma raridade naquele tempo de grandes perseguições contra os cristãos, quando muitos deles perdiam a posse dos seus bens (Hb.10.34). Já a igreja de Laodicéia era rica materialmente, mas vivia em miséria espiritual como está descrito Ap 3.17-18 ?pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas?.

Abraão era rico, muito rico. Alguns o tomam como exemplo para o evangelho da prosperidade. Entretanto, a Bíblia não diz se ele enriqueceu antes ou depois de suas experiências com Deus. Talvez sua família já fosse rica.

Os cristãos da Judéia passaram por situação material precária e foram ajudados pelos Coríntios e pelos macedônios, confira em II Cor. Capítulos 8 e 9 e em Rm.15.26. Os próprios irmãos macedônios viviam em "profunda pobreza", conforme as palavras de Paulo em II Cor.8.2. Nesse texto, Paulo diz que "Jesus, sendo rico, se fez pobre para que enriquecêsseis" (II Cor. 8, verso 9). Seu objetivo é que enriqueçamos espiritualmente. O texto não está falando de riqueza material, pois Jesus nunca foi rico materialmente, nem os discípulos e nem o próprio Paulo que escreveu o versículo.

Não estamos fazendo apologia à pobreza. Alguns servos de Deus na Bíblia eram muito ricos. Por outro lado, outros eram muito pobres. Precisamos apenas ter uma visão equilibrada a esse respeito. O cristão pode ser rico ou pobre. Ele só não pode ser escravo do diabo, do pecado ou do dinheiro.

Paulo considerava tudo como "perda" para ganhar a Cristo, é o que ele diz em (Fp.3.7-8) ?Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo?. Estamos dispostos a perder alguma coisa por Cristo? Hoje em dia só se fala em ganhar, ganhar, ganhar e ganhar.

E se Deus quiser que você seja rico??? Então você será. Não é pecado.

Agora, paremos para refletir: Depois de tanta propagação da teologia da prosperidade, os cristãos têm ficado ricos? De modo geral, não. Alguns sim, como sempre aconteceu, com a teologia da prosperidade ou sem ela, com Evangelho ou sem ele. Pouquíssimos, como sempre (e estes dão testemunho para atrair outros). Alguns sim, pelo propósito ou pela permissão de Deus. E mesmo se fossem ímpios, talvez ficariam ricos do mesmo jeito. Então, o "evangelho da prosperidade" não tem produzido os efeitos prometidos.

Os homens mais ricos do mundo são cristãos praticantes e fiéis? Alguns cristãos ricos já o eram antes da conversão. Seus parentes ímpios também são ricos. Existem também muçulmanos milionários.

Ninguém pode garantir que um dizimista fiel vá ficar rico. Se fosse assim, as igrejas estariam cheias de pessoas milionárias. Há muitos dizimistas pobres e muitos ricos que não são dizimistas. A lógica divina é diferente da nossa.

Acima do que fazemos estão os desígnios de Deus para cada um de nós. Algum dos apóstolos ficou rico? Entretanto, você conhece algum apóstolo de hoje que seja pobre?

Em Salmos, Provérbios e Eclesiastes, os autores salientam os benefícios da sabedoria e da justiça, acima dos benefícios da riqueza. O pobre sábio é bem-aventurado. Pv.3.13-14 diz ?Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino?.

Salmo 37.16 ?Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios?.

Salomão conseguiu reunir riqueza e sabedoria (I Rs.10.23), mas essa combinação raramente é encontrada, como está dito em Ec.9.11 ?Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes, a vitória, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes, o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso?. O próprio Salomão não pediu riquezas (1 Rs 3.9).

"O Senhor empobrece e enriquece; abate e também exalta" (I Sm.2.7)


O Evangelho da Prosperidade e a Prosperidade do Evangelho

Algumas emissoras de rádio e Tvs estão sempre divulgando testemunhos de pessoas que viviam na miséria, e que após "aceitar" a Cristo e contribuir para a igreja conseguiram prosperar e até ficar ricos. Há igrejas que enfatizam de maneira bem acentuada tal prosperidade e proclamam um evangelho associado às riquezas materiais, atraindo milhares de pessoas que as procuram visando somente a solução dos problemas da vida terrena. Será mesmo que Cristo garante tais benefícios? Será que tornar-se um crente significa ter abastança? Se a resposta é "sim", porque razão existem tantos servos que embora fiéis ao Senhor vivem de aluguel, sem carro, em bairros pobres ou favelas, doentes, etc.? Seria Deus injusto ou estes sem fé? Não! É claro que não!

Na Bíblia não encontramos o tal evangelho da prosperidade, mas no Livro de Deus há, sem dúvidas, uma mensagem de prosperidade que o mundo não conhece nem busca. Uma prosperidade que resulta de uma vida de íntima comunhão com o Senhor, e que não se baseia em riquezas passageiras. O Evangelho verdadeiro é capaz de proporcionar uma felicidade incomparavelmente maior do que aquela resultante de todo o ouro do mundo.

O Evangelho de Jesus é aquela mensagem viva que outorga a paz pela transformação pessoal, dá esperança e segurança. Observemos o que a Bíblia diz sobre a prosperidade do evangelho:

Não se constata pela aparência - "... porque o reino de Deus não vem com aparência exterior" (Lucas 17.20);

Não se baseia em riqueza material - "Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14.17);

É eterno - "... meu reino não é deste mundo..." (João 18.36);

É inabalável - "Pelo que, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus com reverência e piedade" (Hebreus 12.28);

Resulta em riquezas eternas - "Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?" (Tiago 2.5);

Não pode ser comprado - "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como a prata e o ouro, que fostes resgatados... mas com o precioso sangue de Cristo..." (I Pedro 1.18 e 19);

Deve ser mais desejável que o ouro - "mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces são do que o metal e o licor dos favos" (Salmo 19.10);

Deve ser buscado antes que as coisas materiais - "Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6.33);

Garante ao homem o essencial para esta vida - "Nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão" (Salmo 37.25);

"Bem-aventurado é o homem que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem" (Salmo 128.1 e 2).

Como podemos ver, há uma grande diferença entre "o evangelho da prosperidade" e a prosperidade que nos proporciona o Evangelho bíblico. Aquele é enganoso, imoral, golpista e aproveitador, este último é verdadeiro e de Deus. Além do mais, é bom lembrar que aqueles que esperam em Cristo só para esta vida são os mais miseráveis dos homens, como está escrito em I Coríntios 15.19.

Vejamos as refutações bíblicas:

1. Salomão não pediu riquezas... 1 Rs 3.9
2. O mendigo Lázaro era salvo, porém... Lc 16.20-23
3. Jesus não tinha onde reclinar a cabeça: Mt 8.20
4. Paulo viveu em constante pobreza: Fp 4.11
5. Porque Jesus pediu ao rico para desfazer-se dos bens? Lc 18.22
6. Os que querem ficar ricos caem em tentações: 1 Tm 6.9
7. Não podemos servir a Deus e as riquezas: Lc 16.13
8. Igreja Apostólica não tinha membros que se diferenciassem entre si nas posses: At 2.44-45
9. A recomendação para os discípulos: não ter 2 túnicas...Mt 10.9-10
10.A pobreza como honra ("o irmão de condição humilde"... Tg 1.9)
11.A oração que não é atendida: para gastar no luxo: Tg 4.3
12."Transformação dos elementos?". Onde? Na Bíblia? A alquimia é uma forma de feitiçaria! Ex 22.18, Ap 21.8
13.Na oração do Pai Nosso não há indicação de pedirmos além do necessário ("de cada dia..." Mt 6.11)
14.A colheita de cem por um é de natureza espiritual! Mt 13.23
15.A Bíblia exorta a procurar os melhores dons (1 Co 12.31), a buscar a Deus e Seu Reino (Is 55.6, Mt 6.33), etc. Não há passagem recomendando o acúmulo de bens (veja Pv 30.8-9, Sl 62.10, 1ì Tm 6.8)
16.O servo de Eliseu pegou lepra pela cobiça... 2 Rs 5.20-27
17.Cobiça como pecado: Lc 12.15-21, 1 Jo 2.16
18."Não amar as coisas do mundo", significa não desejá-las!1 Jo .15
19."Não ajunteis tesouro na terra..." Mt 6.19
20.José e Maria eram humildes. Sua oferta de sacrifício no templo foi um par de rolas (Lc 2.22-24), a mais simples oferta (veja Lv 12.6-8)
21.A fascinação da riqueza sufoca o crescimento espiritual Mc 4.19
22.O amor ás riquezas, raiz dos males 1 Tm 6.10
23.Riqueza como serviço: 1 Tm 6.17-19
24.Pedro e João não tinham oferta para dar ao paralítico: At 3.6
25.Transitoriedade e vaidade (Pv 23.5, Ec 2.18, 5.10)
26.Pobres no mundo, mas ricos para Deus (Tg 2.5)
27.Moisés abandonou sua riqueza e "status", para servir a Deus e ao Seu povo Hb 11.24-26
28.Prosperidade como resultado da obediência, e não dos "direitos": Dt 7.12-13, 11.13-15, etc.
29.A cobiça levou o povo de Israel a desobedecer e ser derrotado: Js 7.1-26
30.Deus usou Gideão, da família mais pobre de Manassés, para libertar Israel: Jz 6.15
31.Jó, um justo, passou por um período de pobreza total: Jó 1.9-12
32."Ganhar o mundo inteiro" ou "perder sua alma"? (Mc 8.36). Veja também Lc 12.34
33.Qual o objetivo do evangelho? Prosperidade ou salvação? Veja Jo 20.31

Autor: Espirito Santo de Deus quem capacita todos os homens que se colocam no centro da vontade do Senhor para levar a palavra viva que renova vidas em nome de Jesus Cristo.


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