quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Cidade de Jerusalém no contexto bíblico




A Cidade de Jerusalém - Ierushaláim

História da Cidade de Jerusalém:

A primeira referência à cidade de Jerusalém é sem dúvida Gn.14.18.: “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.”, onde Melquisedeque é citado como rei de Salém (isto é, Jerusalém). Melquisedeque (que significa “rei de justiça) era tanto “rei de Salém” (possivelmente a Jerusalém primitiva), como “sacerdote do Deus Altíssimo”. Ele servia ao único Deus verdadeiro, assim como Abrão. Melquisedeque era cananeu e, portanto, como Jó, é um exemplo de um não-israelita, servo de Deus. Melquisedeque é um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo (Sl.110.4; Hb.7.1,3). Na época dos israelitas cruzarem o Jordão para entrarem na terra prometida, a cidade chamava-se “da banda dos jebuseus” (Js.15.8) ou “Jebus” (1Cr.11.4). deixou de ser capturada durante a conquista de Canaã por Josué e permaneceu em mãos dos cananeus até o tempo em que Davi chegou ao reino. O exército de Davi tomou Jebus de assalto, e Davi fez dela a sua capital (2Sm.5.5-7; 1Cr.11.4-7). Jerusalém serviu de capital política de Israel durante o reino unido e, posteriormente, do reino do Sul, Judá. Salomão, sucessor de Davi, edificou o templo do Senhor em Jerusalém (1Rs.5-8; 2Cr.2-5), de modo que a cidade também tornou-se o centro religioso de adoração ao Deus do concerto.
Por causa dos pecados de Israel, Nabucodonosor de Babilônia sitiou a cidade em 586 a.C., e finalmente a destruiu juntamente com o templo (2Rs.25.1-11; 2Cr.36.17-19). Jerusalém permaneceu um montão de ruínas até o retorno dos judeus da Pérsia em 536 a.C. para reedificar tanto o templo quanto a cidade (Ed.3.8-13; 5.1-6.15; Ne.3.4). Já nos tempos do Novo Testamento, Jerusalém voltara a ser o centro da vida política e religiosa dos judeus. Em 70 d.C., porém, depois de freqüentes rebeliões dos judeus contra o poder romano, a cidade e o templo voltaram a ser destruídos.
Quando Davi fez de Jerusalém a sua capital, esta começou a receber vários outros nomes em consonância com a sua índole; nomes como: “Sião” (2Sm.5.7); “a Cidade de Davi” (1Rs.2.10); “santa cidade” (Ne.11.1); “a cidade de Deus” (Sl.46.4); “a cidade do grande Rei” (Sl.48.2); “cidade de justiça, cidade fiel” (Is.1.26); “a cidade do SENHOR” (Is.60.14); “O SENHOR Esta Ali” (Ez.48.35) e “a cidade de verdade” (Zc.8.3). Alguns desses nomes são proféticos para a futura cidade de Jerusalém.

O significado de Jerusalém para os israelitas:

A cidade de Jerusalém tinha um significado especial para o povo de Deus do Antigo Testamento.

1.Quando Deus relembrou sua lei diante dos israelitas na fronteira de Canaã, profetizou através de Moisés que, a determinada altura no futuro, Ele escolheria um lugar “para ali pôr o seu nome” (Dt.12.5,11,21; 14.23,24). Esse lugar seria a cidade de Jerusalém (1Rs.11.13; 14.21) onde o templo de Deus vivo foi erigido; por isso, recebeu o nome de: “santa cidade”, “a Cidade de Deus”, e “a Cidade do SENHOR”. Três vezes por ano, todo homem em Israel devia ir a Jerusalém, para aparecer “perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos” (Dt.16.16).

2.Jerusalém era a cidade onde Deus revelava a sua palavra ao seu povo (Is.2.3); era, portanto, “do vale da Visão” (Is.22.1). Era, também, o lugar onde Deus reinava sobre seu povo Israel (Sl.99.1,2). Logo, quando os israelitas oravam, eram ordenados a orar “para a banda desta cidade” (1Rs.8.44; Dn.6.10). As montanhas que cercavam Jerusalém simbolizavam o Senhor rodeando o seu povo com eterna proteção (Sl.125.1,2). Em essência, portanto, Jerusalém era um símbolo de tudo quanto Deus queria para o seu povo. Sempre que o povo de Deus se congregava em Jerusalém, todos deviam lembrar-se do poder soberano de Deus, da sua santidade, da sua fidelidade ao seu povo e do seu compromisso eterno de ser o seu Deus.

3.Quando o povo de Deus destruiu seu relacionamento com Ele por causa da sua idolatria e de não querer obedecer aos seus mandamentos, o Senhor permitiu que os babilônios destruíssem Jerusalém, juntamente com o templo. Quando Deus permitiu a destruição desse antigo símbolo da sua presença constante entre os seus, estava dando a entender que Ele pessoalmente estava se retirando do seu povo. Note que a promessa de Deus, de um “concerto eterno” com seu povo, sempre dependia da condição prévia da obediência deles, à sua vontade revelada. Dessa maneira, Deus estava advertindo o seu povo, daqueles tempos e de agora, que todos devem permanecer fiéis a Ele e obedientes à sua lei, se quiserem continuar a desfrutar de sua bênçãos e promessas.
 
O significado de Jerusalém para a Igreja Cristã:

A cidade de Jerusalém também era importante para a igreja cristã.

1.Jerusalém foi o lugar onde nasceu o cristianismo. Ali Jesus foi crucificado e ressuscitou dentre os mortos. Foi também em Jerusalém que o Cristo glorificado derramou o Espírito Santo sobre os seus discípulos no Pentecostes (At.2). A partir daquela cidade, a mensagem do evangelho de Jesus Cristo espalhou-se “até os confins da terra” (At.1.8; At.24.47). A igreja de Jerusalém foi a igreja-mãe de todas as igrejas, e a igreja a qual pertenciam os apóstolos (At.1.12-26; 8.1). Ao surgir uma controvérsia se os gentios crentes em Jesus tinham de ser circuncidados, foi Jerusalém a cidade onde reuniu-se o primeiro concílio eclesiástico de importância para resolver o assunto (At.15.1-31; Gl.2.1-10).

2.Os livro do Novo Testamento reiteram boa parte do significado da Jerusalém do Antigo Testamento, mas com uma nova aplicação: de uma cidade terrena para uma cidade celestial. Noutras palavras, Jerusalém, como a cidade santa, já não estava mais aqui na terra mas no céu, onde Deus habita e Cristo reina à sua destra; de lá, Ele derrama as sua bênçãos; e de lá, Jesus voltará. Paulo fala a respeito de Jerusalém “que é de cima”, que é a nossa mãe (Gl.4.26). O livro de Hebreus indica a respeito que, ao virem a Cristo para receber a salvação, os crentes não chegaram a uma montanha terrestre, mas “ao monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial” (Hb.12.22). E, ao invés de preparar uma cidade na terra para os crentes, Deus está preparando a nova Jerusalém, que um dia descerá “do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap.21.2). Naquele grande dia, as promessas do concerto serão plenamente cumpridas: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap.22.3).

3.A cidade de Jerusalém terrestre ainda tem um papel futuro a desempenhar no reino milenar de Deus? Isaías em 65.17 do seu livro fala de “céus novos e nova terra”, e em seguida apresenta um “Mas” enfático sobre a grandeza da Jerusalém terrena, no versículo 18. O restante do capítulo 65 trata das condições mileniais. Muitos crêem que quando Cristo voltar para estabelecer o seu reino milenial (Ap.20.1-6), Ele porá o seu trono na cidade de Jerusalém. Depois do julgamento do grande trono branco (Ap.20.11-15), a Jerusalém celestial descerá a nova terra como a sede do reino eterno de Deus (Ap.21.2).


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