quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Você Não é Obrigado a Morrer no Deserto.



Há pouco tempo atrás, comecei a elaborar o esboço de um livro sobre o sofrimento dos santos de Deus. Eu quis encorajar os cristãos em relação à fidelidade que o Senhor tem mostrado ao Seu povo no meio das provações. Desde então, muitos leitores têm me escrito, testemunhando sobre como Deus tem lhes dado graça em momentos de sofrimento. Uma senhora escreveu sobre uma longa provação física:
“Doze anos atrás, eu e meu marido nos aposentamos, e Deus nos impulsionou às nações como missionários evangelistas. Durante aquele tempo, viajamos por mais de trinta países. Muitas vezes ministramos sob circunstâncias terríveis, mas o Senhor sempre nos conservou com boa saúde e nos agraciou com resistência sobrenatural."
“Então, março passado, fui atacada por uma doença desconhecida particularmente séria. Nós tínhamos visto essa calamidade tocar multidões de pessoas a quem ministramos em regiões remotas. A doença causa dor e inchaço nas mãos. Diversos especialistas, contudo, não puderam identificar a causa exata do doloroso inchaço nas minhas juntas; eles simplesmente coçavam a cabeça confusos."
“Eu clamei a Deus, mas o céu parecia estar em silêncio. O tempo todo, nunca senti Sua presença perto de mim. Passei nove meses solitários num deserto de dor e incerteza. Em dezembro de 1999 a dor tinha me cobrado seu preço, física e mentalmente. Eu estava exausta e quase não conseguia dormir. E estava perdendo terreno espiritualmente. Aqueles foram alguns dos dias mais negros da minha vida. Eu não sabia se conseguiria ver o novo século”.
“Então uma manhã, despertei com a luz do sol invadindo meu quarto. Percebi que tinha dormido a noite toda pela primeira vez. Meu primeiro pensamento foi, ‘Eu não sinto dor alguma’. Eu tive medo de contar ao meu marido. Continuei esperando que a dor voltasse, mas ela não voltou”.
“Percebi que enquanto eu dormia, Deus estava trabalhando. E senti que Ele tinha dito ao diabo, ‘Chega, é suficiente.’ Agora um ano se passou, e continuo livre de toda a dor. Os registros do meu médico têm essas palavras escritas: ‘milagre misterioso.’ Eu tenho mais força do que já tive algum dia. Eu saí do meu deserto repousando nos braços do meu amado Jesus, e confiando em Sua palavra”.
É inspirador para a nossa fé ler testemunhos como esse, nos quais crentes emergem de seus sofrimentos no deserto, regozijando-se na fidelidade de Deus. Eles falam de dores terríveis, provas, calamidades, tragédias, provações que parecem nunca ter fim. Primeiro suas esperanças são elevadas, daí então eles são frustrados; experimentam rompantes súbitos de força sobrenatural, mas depois são subjugados por um medo terrível. E perguntas importunas inundam suas mentes: “Por que esta desgraça veio para mim? Será que Deus está me julgando por algum pecado do passado? Por que minhas orações não estão sendo respondidas? Eu tenho jejuado e orado, mas não ouço nada. Por que?”.
Eles podem ter oscilado durante a provação, e quase desfaleceram. Mas em meio a tudo isso, eles guardaram a fé. Como? Foi porque permitiram que os sofrimentos os direcionassem para seus joelhos. Como resultado, sua confiança no Senhor somente aumentou. Eles saíram do deserto testemunhando a bondade e o poder de libertação de Deus.
Quero lhe dizer o seguinte: eu nunca ouvi falar de tamanho sofrimento no meio do povo de Deus. Minha esposa e eu, ficamos atônitos com as cartas que temos lido. Nós sempre dizemos um ao outro, “Você alguma vez já ouviu falar de algo assim? O sofrimento dessa pessoa é inimaginável”.
As pessoas descrevem serem acometidas por doenças terríveis e mortais. Famílias estão se desintegrando, com maridos e esposas se divorciando, filhos rebelando-se e voltando-se para as drogas. Outros escrevem estarem num deserto mental ou espiritual. Enfrentam depressão, medo, ansiedades de todos os tipos. Alguns carregam o peso de dificuldades financeiras e dívidas acumuladas. E agora o estresse os levou a um deserto de desespero.
Um homem que perdeu um ente querido numa tragédia escreve, “Eu tremo cada vez que o telefone toca. Eu penso, ‘Serão mais notícias ruins?’ É preciso apenas um telefonema”.
Uma piedosa mulher conta sobre a vez que recebeu esse tipo de ligação. Ela diz:  ”Somos uma família fiel e crente na Bíblia, e participamos dos cultos regularmente. Na época de nossa provação, nosso três lindos garotos tinham 7 anos, 3 anos e 14 meses. Meu terrível telefonema veio em 26 de Agosto de 1996. Meu marido tinha caído de uma altura de mais de onze metros, de um telhado que estava consertando".
“Ele precisou fazer uma cirurgia de reparação de um fêmur e um cotovelo quebrados. A última coisa que ele disse para mim antes da operação foi, ‘Diga às crianças que as amo, e verei todos vocês de manhã’. Mas durante a cirurgia, os médicos enfrentaram complicações. De manhã meu marido estava em coma”.
“Minha fé me dizia que ele estava descansando, e logo estaria de volta conosco. Mas treze dias depois - depois de muitos procedimentos, de transferência para o melhor hospital, e uma corrente de oração por todo o Estado - o Senhor levou meu marido”.
“Tudo parecia ir tão bem para nós. Então de repente, nosso mundo desabou. Jesus nunca disse que os cristãos não teriam que enfrentar tribulação, não é? Agora, criando sozinha três filhos eu pude comprovar isso”.
“Apesar disso, através do ocorrido, os meus filhos adquiriram um desejo incomparável pelo céu. Agora não somente eles possuem um Deus Pai os esperando no céu, mas também têm seu pai terreno os aguardando lá, e isto tem transformado suas vidas. Louvamos a Deus agora, após Ele ter levado seu papai salvo para o céu. É o objetivo para todos nós algum dia”.
Essa mulher saiu do seu deserto também apoiando-se nos braços de Jesus. Contudo muitos cristãos parecem nunca encontrar o conforto, a consolação e a força de Deus. Deixe-me lhe perguntar: como você tem enfrentado suas provações no deserto? Talvez você esteja passando por uma agora mesmo.
Talvez seu deserto seja o Vale da Morte. Você ouviu as palavras do médico: "É câncer. Maligno". Ou, talvez alguém da família tenha recebido diagnóstico de uma enfermidade incurável; você compartilha da dor de inúmeras outras pessoas que suportam horas e horas de espera numa sala de hospital, chorando e clamando em silêncio por um milagre.
Talvez o seu deserto seja uma depressão profunda. Todo dia você tem medo de acordar porque uma nuvem negra está continuamente sobre você. Seu clamor constante é, “Senhor, me ajude. Eu não posso mais suportar isso”.  Quando vai à igreja, você faz o melhor possível para mostrar um sorriso. Mas por dentro, você está atravessando o inferno. Você jejuou, orou, buscou a Deus por dias, semanas, meses. Mas Deus não parece estar respondendo sua oração.
Às vezes, todos nós acabamos num deserto. Eu poderia escrever um livro sobre as muitas provações de deserto que suportei em minha vida. Apesar disso, muitos cristãos recusam-se a aceitar que o deserto inevitavelmente chega para todos nós. Eles acham que esse tipo de conversa indica falta de fé. Conheço um pastor que disse à sua congregação, “Minha fé me imunizou dos males. Eu amarrei toda a dor e desgraça em nome de Jesus. Eu simplesmente recuso tudo isso”.
Eu não desejo mal a ninguém, mas sem dúvida este homem está dirigindo-se para um deserto. A convicção dele simplesmente não se alinha com as Escrituras. Davi escreve, "Salva-me, ó Deus, pois as águas me sobem até o pescoço. Atolei-me em profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me submerge. Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de esperar por meu Deus" (Salmos 69:1-3) .
A Bíblia é clara sobre isso. Mesmo o mais piedoso dentre nós passa por profundas provações no deserto. A pergunta é: de que modo sairemos dessas experiências? Nós podemos ter certeza que nossa experiência no deserto irá provocar mudanças em nós. Afinal de contas, é somente no deserto que nossa fé é colocada à prova. Então, a provação que você está vivendo hoje está lhe mudando para melhor ou para pior?

Você Testifica Ter Fé, Mas Como a Obteve?

Sobre qual alicerce sua fé está edificada? As Escrituras nos dizem que a fé vem pelo ouvir, e que a Palavra de Deus nos dá "ouvidos espirituais", capacitando-nos a ouvir (veja Romanos 10:17). Bem, aqui está o que a Bíblia diz sobre as experiências de deserto na nossa vida:
“Não me submerja a corrente das águas e não me trague o abismo...Ouve-me, Senhor,  pois grande é a tua benignidade...Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado" (Salmos 69:15-17). Claramente, águas de aflição inundam a vida dos santos.
“Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a prata. Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos lombos...passamos pelo fogo e pela água”(66:10-12). Quem nos faz entrar num laço de aflições? Deus mesmo o faz.“Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua palavra... Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos” (119:67, 71).  Este verso explica claramente. É bom para nós -  inclusive nos abençoa - sermos afligidos.
Considere o testemunho do salmista: “Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a minha súplica... Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza. Então invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, eu te rogo, livra-me” (Salmos 116: 1-4). Aqui está um servo fiel que amou Deus e tinha grande fé. Ainda assim  enfrentou as tristezas da dor, das dificuldades e da morte.
Nós encontramos este tema ao longo de toda a Bíblia. A Palavra de Deus declara ruidosamente que o caminho da fé é através das inundações e do fogo: “Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas” (Salmos 77:19). “Eis que faço uma coisa nova; agora está saindo à luz... eis que porei um caminho no deserto” (Isaías 43:19). “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Isaías 43:2). “Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita, e te digo: Não temas; eu te ajudarei” (Isaías 41:13).
Este último verso guarda um ponto importante: em toda experiência de deserto que enfrentamos, nosso Pai está segurando nossa mão. Porém somente aqueles que passam através do deserto têm essa mão de conforto. Ele a estende para aqueles que são pegos nos turbulentos rios das dificuldades.
Uma leitora da nossa lista de correspondência escreveu um livro poderoso sobre sofrimento. O seu nome é Esther Hunter, e o título do livro é  "Joy in the Mourning" (aproximadamente Alegria no Luto). Esther nos escreveu recentemente sobre uma provação terrível que enfrentou. Ela e seu marido viajaram de sua casa em Arkansas até Manitoba, no Canadá, para o enterro do pai de Esther, um pastor de noventa anos de idade. Todos os doze filhos daquele piedoso homem vieram homenageá-lo em seu falecimento.
Os irmãos de Esther e seus familiares se apertaram em cinco carros no retorno do funeral para casa. Mas no caminho, uma violenta tempestade causou um acidente na estrada. Em meio à tempestade, o carro que ia à frente separou-se dos outros.
Esther e seu marido estavam no segundo carro. Logo à frente, viram que um terrível acidente tinha acontecido, com dois carros esmagados horrivelmente. Esther é enfermeira, e assim seu marido parou o carro para oferecer ajuda. Ao se aproximarem da cena, eles perceberam horrorizados que um dos carros era aquele que estava à frente do seu cortejo. Um carro que vinha do sentido oposto tinha tentado ultrapassar um caminhão no temporal, e bateu de frente com eles.
Esther olhou para o carro destruído e viu sua irmã, seu sobrinho de quatro anos de idade e dois dos seus irmãos caídos dentro do carro. Ela tirou o sobrinho, que foi levado às pressas para um hospital. Esther tirou então sua irmã que logo morreu em seus braços. Os seus irmãos já estavam mortos, tendo morrido no impacto.
O pequeno sobrinho de Esther sobreviveu ao horrível acidente. Mas ninguém na família jamais poderia esquecer a cena indescritível naquela estrada fria e deserta. Durante todo o ocorrido, o seu pai jazia num caixão na agência funerária. E sua mãe, que sofria do Mal de Alzheimer, nunca soube qualquer coisa sobre a tragédia.
Durante dois anos, Esther vagou por um deserto de aflição e confusão. Ela continuamente se derramava em lágrimas. Ela carregava perguntas, culpa e um fardo terrível de perguntas do tipo "e se?". Ela passava horas de joelhos orando e buscando a Palavra de Deus. Ela se desesperava para achar um mínimo de consolação e cura da terrível tragédia.
Um dia, enquanto Esther caminhava ao longo de um rio, ela apanhou uma pedra. Riscou nela  as palavras, "Eu não posso carregar este peso". E se conscientizou:  "Não posso mais me culpar". Então lançou a pedra na água. Naquele momento, Deus removeu o seu fardo.
Esther saiu do seu terrível deserto apoiando-se nos braços de Jesus. E ela deu um testemunho poderoso: "Meu Pai faz tudo bem. Com meu Pai amado, não há acidentes".  Ela tinha verdadeiramente achado alegria em seu luto.

Alguns Cristãos Querem Arrancar o Livro de Jó da Bíblia

Alguns crentes não podem lidar com o fato de que Jó era um homem íntegro, santo, amado de Deus que sofreu calamidades terríveis. Eu digo a esses cristãos: é impossível para nós conhecermos a verdadeira fé a menos que possamos olhar diretamente para as dificuldades de Jó e dizer, "Deus permitiu todas essas coisas acontecer a Jó para um propósito”.
Sim, Deus permitiu que os filhos de Jó fossem tomados. Ele permitiu a perda da saúde de Jó, de suas propriedades, sua reputação. Jó foi desonrado nas mãos de supostos amigos. Até mesmo sua própria esposa o escarneceu. E seu corpo suportou feridas horríveis e dolorosas.
Este homem viveu com dor insuportável e tristeza de coração. Olhe para ele entre as ruínas da sua vida: sentindo-se abandonado, esmagado pela aflição, os céus parecendo repelir suas orações. Jó passou noites sombrias sem dormir, e dias terríveis, dolorosos. A dor era tão grande que pediu a Deus que tomasse sua vida. Ainda assim, durante todo o ocorrido, Deus ainda o amava. De fato, Jó nunca foi tão precioso na visão de Deus, do que no meio da sua tribulação.
Foi no pior momento de Jó que Deus lhe deu uma revelação de Si próprio, que mudou sua vida. Ele pessoalmente conduziu Jó para fora do deserto. E Jó emergiu com uma fé indomável, testemunhando, "Ainda que ele me mate, contudo nele esperarei” (Jó 13:15).
Já ao contrário, alguns crentes saem de seus desertos amargurados e com raiva. As provações desses crentes os tornam céticos, endurecidos e inconsoláveis desprezando Deus. "Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de mim" (Isaías 49:14).
Eu tenho visto cristãos em sofrimento se voltando completamente contra o Senhor que um dia eles amaram. Eles acusam Deus de abandoná-los no momento da dificuldade. Assim, em troca, eles abandonam toda a oração; colocam suas Bíblias de lado. E já não vão mais à igreja. Ao invés disso, carregam raiva e ressentimento terríveis contra Deus.
Eu conheço um pastor cuja fé foi sacudida por uma morte em sua família. Este homem achava que sua fé o protegeria contra todos os infortúnios. Então, quando tragédia o golpeou, ele ficou arrasado. E se voltou completamente contra o Senhor. Os amigos dele ficaram chocados com  sua dureza. Ele lhes disse: "Não quero nunca mais ouvir o nome de Jesus mencionado novamente".
Tragicamente, alguns crentes morrem em seus desertos. Isto é o que aconteceu com Israel. Com exceção dos fiéis Josué e Calebe, uma geração inteira de israelitas - um povo milagrosamente liberto do Egito - desperdiçou a vida no terrível e uivante deserto. Eles morreram cheios de dúvidas, aflição, agonia e dor. Por que? Porque recusaram-se a confiar no juramento de que Deus os guardaria em momentos de dificuldade.
O Senhor havia prometido a eles: “Não vos atemorizeis, e não tenhais medo... O Senhor vosso Deus, que vai adiante de vós, ele pelejará por vós... o Senhor vosso Deus vos levou, como um homem leva seu filho... (Ele) ia adiante de vós no caminho... para vos achar o lugar... para vos mostrar o caminho por onde havíeis de andar” (Deuteronômio 1:29-33).
Ainda assim, leia também o que aconteceu com aquela geração duvidosa e endurecida: “E os dias que caminhamos... foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração... se consumiu do meio do arraial... Também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir... até os haver consumido." (2:14-15). Deus esperou até que o último deles morresse antes que falasse novamente a Israel: "Ora, sucedeu que, sendo já consumidos pela morte... o Senhor me disse" (2:16-17).
Qual foi a causa para que essa geração morresse no deserto? Foram as mesmas duas razões pelas quais os cristãos morrem no seu próprio deserto hoje:

1. Eles Nunca Aceitaram o Amor de Deus Por Eles.

Durante todas as dificuldades dos israelitas, Deus tentou ocasião após ocasião conduzir Seu grande amor a eles. Mas eles não o aceitaram. Eles simplesmente não acreditavam que suas provações fluíam de Seu amor. Ao invés disso, as pessoas sempre diziam, "Se Deus nos amasse, por que Ele nos traria aqui ao deserto para nos matar? Por que Ele permitiria que sofrêssemos assim?”.
Aqui nós vemos a raiz de toda a incredulidade: uma relutância para crer e descansar no amor de Deus pelos Seus filhos. Ainda assim, a razão absoluta pela qual Deus escolheu Israel para ser Seu povo foi por causa do Seu amor: "E, porquanto (Deus) amou a teus pais, não somente escolheu a sua descendência [vocês] depois deles... O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos... mas, porque o Senhor vos amou” (Deuteronômio 4:37, 7:7-8). Foi dito a Israel, ”Deus não os escolheu por causa de qualquer coisa especial quanto a vocês; Ele os escolheu simples e unicamente porque  os amou”. Considere o seguinte:
Porque Deus não permitiu que Balaão amaldiçoasse Israel?  “Contudo o Senhor teu Deus...trocou-te a maldição em bênção; porquanto o Senhor teu Deus te amava” (23:5).
Por que Deus pôs Israel em cheque no mar Vermelho? Ele quis ver se eles confiariam no amor do Pai celestial. Ele estava desejando saber, "Que tipo de Pai o Meu povo imagina que Eu seja? Eles realmente crêem que os amo o suficiente para nunca permitir que caiam nas mãos do inimigo? Eles descansam em minhas promessas pétreas de que cuido deles em quaisquer circunstâncias? Será que sabem que nunca os abandonarei, mesmo que a situação pareça sombria e desesperadora?”.
Por que Deus conduziu Israel às amargas águas de Mara? Uma vez mais, Ele quis obter do Seu povo alguma prova de que acreditavam no Seu amor por eles. Ele queria saber se eles confiariam nEle para saciar a sede por causa de Seu grande amor.
Nós vemos ainda outra provação quando Israel estava às portas da terra prometida. Doze homens foram enviados para que espiassem a terra. Mas dez deles regressaram trazendo "más notícias”. Eles sustentaram que Israel nunca poderia tomar posse daquela terra, porque era repleta de gigantes, fortalezas, grandes cidades muradas e obstáculos  intransponíveis.
 
Como as pessoas reagiram a este relato? Uma vez mais clamaram com medo e incredulidade: "Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós" (Números 13:31). Elas estavam dizendo, em essência, "Nossos inimigos são mais fortes que o amor de Deus por nós". Eles acusaram o Senhor de os abandonar no momento de necessidade, os deixando por conta das suas próprias forças. E passaram a noite toda reclamando e clamando, "Eu desejaria estar morto. Por que Deus nos colocou nessa situação desesperadora?”. O apóstolo Estevão disse o seguinte sobre eles: "em seus corações voltaram ao Egito” (Atos 7:39).
Uma vez mais, vemos que em toda crise o Senhor garantia ao Seu povo: "Eu os tenho amado fielmente". Contudo, em cada uma dessas vezes, eles permitiam que os obstáculos nublassem o conhecimento de que Deus os amava.
Pense nisto: se nós acreditamos, aceitamos e confiamos no amor do nosso Pai celestial, então o que há para temer? Por exemplo, eu aprendi que se eu verdadeiramente descansar no amor de Deus por mim, eu não tenho que temer ser enganado. Se eu verdadeiramente sou dEle -- se creio que Ele me carrega em Seus braços amorosos -- então Ele nunca deixará o diabo ou qualquer voz me enganar.
E nem tenho que temer uma calamidade repentina, uma queda, ou o vislumbre de um futuro incerto. Meu Pai amado não vai permitir que qualquer coisa aconteça em minha vida, excluindo aquelas que Ele determinou previamente que fossem melhores para mim e para meus familiares. Não importa quais sejam meus problemas, Ele vai os desvendar e preparar o caminho para mim. O Deus de amor pode operar um milagre após o outro a meu favor, se eu apenas confiar nEle.
Isto me permite enfrentar tempos difíceis, provações de fogo, e até mesmo a morte. Eu sei que em meio a tudo isso, meu Deus irá compartilhar minha dor, e minhas lágrimas serão tão preciosas quanto ouro para Ele. Ele não permitirá que as provações me destruam. Ele sempre será fiel para me prover livramento.
Você pode perguntar, "Mas nós não complicamos nossas próprias vidas com nossas decisões erradas? Não trazemos caos para nós mesmos porque saímos da vontade de Deus? E quanto à todas as coisas tolas que fazemos e que nos enlaçam?”.  Eu lhe asseguro: se você simplesmente confiar no amor de Deus, se arrepender e se agarrar nEle, Ele resolverá todas as suas confusões. Ele torna as nossas cinzas em beleza.

2. Eles Foram Cegados em Relação ao Deleite que Deus Tem por Eles

O nosso Deus não somente ama o Seu povo, mas tem prazer em cada um de nós. Ele tem grande alegria em nossas vidas. E Ele é na verdade bendito nos guardando e nos livrando.
Eu vejo este tipo de prazer paterno em minha esposa, Gwen, sempre que um de nossos netos nos liga. Gwen se ilumina como uma árvore de Natal quando está conversando com um dos nossos netinhos. Nada consegue tirá-la do telefone. Mesmo se eu lhe disser que o Presidente da República está à nossa porta, ela me afastá e continuará conversando.
Como eu poderia acusar o meu Pai celestial de se alegrar em mim, menos do que eu o faço com a minha própria descendência? Às vezes meus filhos me desapontam, fazendo coisas contrárias às que os ensinei. Mas em nenhum momento os deixo de amar ou de me agradar neles. Assim, se eu possuo este tipo de amor duradouro sendo um pai imperfeito, quanto mais nosso Pai celestial se preocupa conosco, Seus filhos?
É por isso que eu considero este episódio com os espias de Israel tão desconcertante. Repetidas vezes, Deus tinha provado Seu amor ao povo. Ainda assim, em todas as ocasiões eles se recusaram a aceitá-lo. Finalmente, Josué e Calebe se levantaram no meio deles e gritaram: "Se o Senhor se agradar de nós, então nos introduzirá nesta terra e no-la dará" (Números 14:8). Que declaração simples e ao mesmo tempo poderosa. Eles estavam dizendo, "Nosso Senhor nos ama e tem prazer em nós. E Ele vai derrotar cada um dos gigantes, porque Ele se delicia em fazer isto por nós. Portanto, não devemos olhar para nossos obstáculos. Nós temos que manter nossos olhos no grande amor que o Senhor tem por nós".
Ao longo das Escrituras nós lemos que Deus se deleita em nós: "os que são perfeitos em seu caminho são o seu deleite" (Provérbios 11:20). "a oração dos retos lhe é agradável."(15:8). "meu inimigo forte... eram mais poderosos do que eu... mas o Senhor foi o meu amparo. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim" (Salmo 18:17-19).
Neste último versículo, nós descobrimos a grande verdade que Israel não percebeu: "Ele me libertou, porque se agradou de mim". Não importa quão forte nosso inimigo possa ser -- não importa quão devastadora seja nossa provação de fogo, ou quão sem esperanças as coisas possam parecer -- nosso Deus nos libertará. Por que? Porque Ele se agrada em nós!
Deus tinha deixado abundantemente claro o Seu  amor para com Israel. Por isso Ele podia perguntar ao Seu povo "Por que dizes... ó Israel: O meu caminho está escondido ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?" (Isaías 40:27).  Ele estava dizendo:  "Como vocês podem dizer que Eu não vi sua aflição? Como vocês podem acreditar que Eu não tenho prazer em vocês? Eu me agradei do meu servo Jó durante todas as suas terríveis experiências. E estou Me agradando de vocês agora mesmo, em meio às suas dificuldades”.
É absolutamente imperativo que acreditemos - rapidamente e com convicção, hoje -- que Deus nos ama e se agrada de nós. Então estaremos capacitados a aceitar que toda circunstância em nossas vidas irá provar no final ser a amorosa vontade de nosso Pai para conosco. Nós sairemos de nosso deserto repousando nos braços amorosos de Jesus. E Ele produzirá alegria a partir do nosso choro.
Querido santo, não olhe para suas contas que se acumulam. E não tente olhar para um futuro incerto. Sua função é confiar nas promessas de aliança de nosso Pai, e repousar no Seu grande amor por você. Você sairá vitorioso, porque Ele o está segurando em Seus braços de amor. 

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